Por que a diferenciação de sua marca vale ouro

Em várias aulas na plataforma do Ponto de Performance, repito a frase “O excesso banaliza” para minhas alunas. De certa forma, isso se choca com um outro conceito amplamente propagado no cenário digital: a repetição como forma de aderência às audiências e um dos caminhos que conduzem clusters à evangelização em relação à sua marca.

Ambos estão corretos. Explico:

O preceito no digital é o nicho, a comunidade, a tribo… o cluster. Vivemos em ‘bolhas’ que se intercalam umas às outras.

Esta mistura nos leva à firmar ideias, opiniões e gostos já que, estando entre iguais, tendemos a pensar se não exatamente da mesma forma, ao menos, semelhante uns dos outros em muitos aspectos e níveis.

Essa sensação é que nos traz a outra sensação: a de acolhimento, a de pertencimento. A sensação de “aqui sou entendida” que nos leva à próxima casa do tabuleiro: a ilusão do ‘todo mundo’. Todo mundo está dizendo (…) Todo mundo está fazendo (…)

Não, não é todo mundo. É o todo mundo daquela bolha ou daquelas bolhas, não todo mundo TODO MUNDO, mas você tem a sensação de ser o TODO MUNDO sim porque, além de estar em bolhas iguais (grupos/ tribos) com muitas pessoas em comum, além de desejar o pertencimento (olha aí a febre dos corações no arquétipo Amante do Instagram e seu ávido aguardo pela receptividade para o post, para o reel, para o que quer que seja que você entregar lá) existe um fator inconsciente: tudo que captamos e armazenamos. Dos mesmos lugares.

Resultado: estamos constantemente bebendo das mesmas fontes, já que recebemos o que consumir na maioria das vezes. Fica um pouco mais sério: quase sempre nos damos conta disso.

Como assim?

Se você abrir sua plataforma social, já houve uma escolha feita do que você verá/ ouvirá/ lerá antes de você abrí-la. É essa escolha (feita por Learning Machine ou Aprendizado de Máquina) que ‘calcula’ o que você quer, gosta e deve ver, a partir dos ‘estudos’ feitos por seu comportamento naquela plataforma. Parece confortável, é confortável e emburrece, também.

Se a gente junta tudo isso, a gente entende porque tanta gente começa a pipocar com as mesmas ideias, em tempos similares.

Sim, ainda temos que lidar com plágios e cópias, mas falo das pessoas bacanas que somente estão imersas nesse universo que apresentei acima e, bebendo das mesmas fontes, consumindo os mesmos conteúdos (ou tipos de conteúdos) e compartilhando-os, realimentam-se umas às outras. Isso é parte do inconsciente coletivo, objeto de décadas de estudo de Jung.

Não há retrocesso para clusterização ou ideia de comunidade / tribo / grupo.

Mas há saída para a massificação e ela se chama diferenciação.

A diferenciação de sua marca é sua blindagem

Tenho centenas de mulheres, entre alunas e mentoradas, que são microempreendedoras e queixam-se comigo porque não sabem como se apresentar com diferencial. “O que eu faço é simples, é comum”.

Quando começam as aulas de ensino contínuo na PoP Brand, a plataforma do Ponto de Performance (conheça mais aqui), entendem que o diferencial de uma marca pessoal pode ser encontrado em vários pontos, mas ele existe. SEMPRE.

Por que você acha que 5 lojas são capazes de vender uma camiseta branca com 5 preços diferentes e não necessariamente a mais barata é a que vende mais ou é a mais ‘famosa’? Quais ‘depende’ entram nessa análise? Público-alvo? Localização? Mensagem? Memória afetiva da marca? Status? O quê?

Quando o consumidor enxerga o universo de cada uma das 5 marcas, assimila várias coisas ao mesmo tempo. Entre elas, a percepção de valor que ele atribui à marca.

Essa percepção varia com o público para o qual a marca fala (e a faixa deste público na pirâmide das necessidades), o propósito da marca, a comunicação com mais ou menos ruído que a marca transmite, quem ela escolhe para representá-la publicitariamente, além das linhas de produtos e serviços, por exemplo.

Uma ótima estratégia de branding consegue gerar desejo real (verdadeiro, sem mentiras) e diferenciação até ao que é ‘invisível’, intangível, como o tempo.

Sim, muita gente vende TEMPO, via saber, via entrega de conhecimento, mas isso é venda de tempo.

Vou te contar um caso que apresentei recentemente em aula de Marketing, à uma turma do Senac (além dos meus negócios digitais, sou docente convidada do Senac e também atuo como Consultora para o Sebrae, em atendimentos de planejamento para presença digital de empreendedores no Brasil).

A propaganda era um filme, preto e branco (anos 70 para 80), com narrador em terceira pessoa. O produto era um detergente. O cenário era a sala de estar de uma família em que a criança brincava no chão, o pai estava sentado em uma poltrona lendo o jornal e a mãe… Adivinha! A mãe estava passando pano de chão com a vassoura para a sala ficar brilhando com o bendito detergente, claro. De vestido. De sapato.

Fora todo o absurdo do contexto da época, havia uma característica comum para a publicidade daquele tempo: o foco no produto. Toda publicidade mirava o produto. O resultado disso vimos décadas depois.

Desde que o Marketing deixou de focar apenas no produto e passou a focar nos diferenciais e posicionamento de marca/ produtos/ serviços para prover ao cliente uma experiência memorável, da qual ele não esqueça a ponto de tornar-se evangelizador, a força de muitas marcas tornou-se infinitamente mais potente.

A evolução do comportamento humano (automaticamente, do consumidor) e a integração dos avanços digitais deu um duplo-carpado na condição todinha.

Hoje, você p-r-e-c-i-s-a pensar na sua marca integralmente, de ponta a ponta, precisa entender o que está entregando de valor, acima do preço que está cobrando, precisa entender o que o mercado espera e também o que pode mandar de plus (o ‘a mais’ que o mercado não espera, mas você já enxerga que pode oferecer), precisa ter uma comunicação uníssona em seus canais e, urgentemente, parar de se pendurar em uma única plataforma social, se for seu caso, para se chamar de empresa ou negócio.

Fortalecer sua estratégia de branding é criar um conjunto de ações que além de blindar seu negócio o destacam do restante que oferece a mesma coisa que você. Porque, de verdade, a gente hoje não concorre mais só com quem vende ‘igual’. A gente compete com todo mundo que vende ou não porque a gente está competindo por reter, em primeiro lugar, a atenção das pessoas. Pense nisso.

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