O efeito manada do avatar do App Lensa

Há dias seu feed está inundado por posts e sequências de carrossel de pessoas testando o app Lensa que transforma rostos normais em ‘avatares’ em várias situações.

Muita gente não resistiu à tentação, foi lá e instalou? Sim.

Bastou entender como o app funciona? Não.

A maioria repostou praticamente todas as versões para mostrá-las à audiência? Sim.

Isso é o poder do efeito manada: 1 vê outro fazer e isso desperta vários gatilhos: o gatilho da novidade + necessidade de pertencimento (não quero ficar de fora/ também fiz/ estou no high tech do metaverso = faço também) + curiosidade. E sem falar na isca perfeita das redes sociais: mostrar que você viu uma novidade rápido, ‘antes dos concorrentes’.

Os mais resistentes dirão ‘não tem problema em testar novidade”. Não tem mesmo!

A manada é o efeito. Para acertar no alvo, analise o antes.

A novidade é que Lensa não é novidade e já falo sobre isso mais abaixo. Chama de “vamos entrar na #trend‘ e toca o baile.

Já parou para pensar no por quê? Não apenas o porque da curiosidade em testar, mas o que fez você ou quem você conhece compartilhar freneticamente esses avatares?

Somos humanos e estamos em rede (quem perdeu o post sobre clusters volte algumas casinhas neste tabuleiro).

Lensa e a carona do metaverso

Antes mesmo do Lensa, a Prisma Labs foi responsável pelo lançamento do Prisma, outro App de edição de imagens que também usa redes neurais e inteligência artificial para produzir ilustrações artísticas.

Foi um enxame de gente testando Lensa. E não vai parar por aí porque o efeito manada é de pirâmide e vai em cascata: quem acessa pouco as plataformas ainda vai chegar no “você viu a ‘novidade?’ que milhões já testaram.

O efeito manada do App traz 3 lições: a humildade de não nos acharmos imunes ao efeito manada (ninguém é), a liberdade em experimentar o novo como fator positivo em um momento em que tanta informação tecnológica está mexendo com nossos hábitos de consumo e nosso intelecto (porque tem muita coisa nova, mesmo) e o terceiro e mais importante para você que também vende alguma coisa:

É do estudo do comportamento humano em relação ao seu produto/ serviço que você extrai o que realmente faz diferença no seu posicionamento de marca. A manada é o efeito. Para acertar no alvo, analise o antes.

No post que gerou este artigo, usei 3 elementos de narrativa que reforçam o que escrevi:

  • Associação: 2 posts antes no IG, no Pinterest, no Tik Tok e no Youtube (short e grade de vídeos) usei cor e tema Pantone 2023. Neste post sobre o Lensa, fiz a associação sobre a pauta quente Pantone tanto sobre a cor do ano como sobre a tecnologia atrelada à escolha.
  • Identificação imagética: Tecnologia e feições humanas replicadas na imagem robótica reforçadas na copy, com informações que vão além do óbvio ‘está todo mundo testando’ ‘virou febre’.
  • Provocação: na chamada (título). O ser humana adora pertencer AND destacar-se, simultaneamente.