Como contornar uma conversa difícil

Conviver ou negociar com pessoas difíceis exige mais do que bons argumentos. Exige estratégia. Schopenhauer, filósofo conhecido por suas reflexões sobre debate e persuasão, deixou princípios que podem nos ajudar a lidar com situações em que alguém insiste em estar certo.

Preparamos um artigo completo aqui no Blog do PoP para você aprender cinco formas práticas de lidar com pessoas difíceis em uma conversa, sem sair como a parte grosseira. Você vai terminar essa leitura apresentando seu ponto de vista com autoridade e respeito. Vamos lá!

Como contornar uma conversa difícil (sem sair como a parte grosseira)

Quem nunca ouviu alguém se queixar de que ‘Fulano foi tentar falar na reunião X e gerou o maior auê”? De todas as linhas da comunicação, a que ensina como lidar com pessoas difíceis e como contornar uma conversa difícil é uma das que exigem mais tato, verdade. Mas é completamente possível desenvolver técnicas que permitam sua colocação de ponto de vista ou argumento (depende muito da situação), de forma educada e talvez até gentil. Tudo começa pela validação do ponto do outro, ou seja; em alguma instância, você sinaliza respeito e concordância com a outra parte. E já explicamos o por quê.

Por que validar o ponto do outro é tão poderoso

Antes de apresentar qualquer contraponto, reconhecer a posição da outra pessoa cria espaço para diálogo. Essa validação não significa concordar. Mostra que você ouviu e respeitou.

O próprio Schopenhauer alertava que a contradição direta gera resistência e fecha portas. Ou seja, quando você mostra que considera o que o outro disse, aumenta as chances de ser ouvido com atenção.

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5 formas práticas de lidar com situações e pessoas difíceis

Reconheça a experiência passada

Essa técnica é especialmente útil para novatos em empresas. Quando chegamos, é comum que os olhos estejam em nós, assim como as desconfianças. “Lá vem Fulano achando que vai inventar a roda…” “Mais um que vai querer mostrar serviço”. A técnica de reconhecer a experiência passada não é somente estratégica, ela demonstra respeito pelo legado de quem passou antes:

Pessoa difícil: “Isso aí já foi tentado dois anos atrás e não funcionou.”

Resposta estratégica: “Entendo que algo aconteceu, e o que proponho agora é uma nova abordagem para alcançar um novo resultado.”

Aqui você mostra respeito pela vivência do outro, mas reposiciona o cenário com novidade.

Valide a lógica mesmo quando parcial

Não há como vencer a resistência se nossa única estratégia for… Bater de frente com ela (!). É desgastante, eventualmente frustrante e consome tempo e energia que na maioria das vezes não temos. Validar a lógica, ainda que seja a lógica parcial, corta caminhos!

Pessoa difícil: “Esse caminho é muito arriscado.”

Resposta estratégica: “Você tem razão, todo projeto envolve riscos. A diferença é que podemos reduzir esses riscos com planejamento X e Y.”

Você não nega o risco, apenas redimensiona.

Concorde com a intenção, não com a conclusão

Existem pessoas cuja comunicação é cristalina e existem as outras… Bem, com essas precisamos mais do que Schopenhauer. Precisamos da astúcia de Sherlock Holmes: ler as entrelinhas. Assim, conseguimos captar a intenção, mesmo que discordemos da conclusão.

Pessoa difícil: “O melhor é não mudar nada.”

Resposta estratégica: “Compreendo que a estabilidade é valiosa. Justamente por isso a mudança gradual que proponho mantém segurança e ainda traz benefícios.”

Aqui você pega a boa intenção do outro e a conecta à sua proposta.

Traga o reconhecimento pessoal

Pessoas melindradas por teimosia ou insegurança dão trabalho, isso é fato. Você tenta implementar um novo sistema, elas têm mil argumentos (quase todos furados) para serem do contra. Por outro lado, existem aquelas que têm experiência e que nem sempre agem por mal, apenas são limitadas e sem visão. Cristalizam que uma vez dando errado, todas as tentativas futuras também darão errado. Neste caso, traga o reconhecimento pessoal:

Pessoa difícil: “Já faço isso há anos, sei como funciona.”

Resposta estratégica: “É justamente pela sua experiência que sua análise é valiosa. E ela nos ajuda a ver que esta nova proposta pode ampliar ainda mais os resultados.”

Aqui você valoriza a pessoa, não apenas o argumento.

Use a técnica do complemento

Pessoa difícil: “Esse método custa muito caro.”

Resposta estratégica: “É verdade, existe investimento. E justamente por isso precisamos avaliar o retorno que compensa esse custo.”

Você não nega o ponto, apenas o complementa com uma nova perspectiva.

A persuasão pede estratégia e respeito

Validar o ponto da pessoa difícil não é ceder. É uma forma inteligente de abrir espaço para que seu argumento seja ouvido sem resistência. Schopenhauer já intuía que a verdadeira arte de convencer nasce mais da forma como tratamos o outro do que das palavras que escolhemos. Persuadir, portanto, é um exercício de empatia e percepção. Quando há respeito, o diálogo deixa de ser disputa e se transforma em construção. E é nesse terreno, onde a escuta genuína substitui a imposição, que a influência ganha força e se torna duradoura.

Aplique essas cinco técnicas em sua comunicação e perceba como o diálogo se torna mais produtivo. E se você quer levar sua oratória ao nível máximo de performance, seu próximo passo está aqui